sexta-feira, 3 de junho de 2011

O Elfo da Rosa - Parte 2

Continuemos então com o conto. Já traduzi tudo, acho que posto essa parte hoje o final outro dia. O próximo conto já foi escolhido.

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Então apareceu outro homem: sombrio e malévolo; ele era o irmão mau da bela donzela. Ele sacou uma faca afiada e, enquanto o outro beijava a rosa, o homem mau o esfaqueou até a morte, então, cortando fora sua cabeça, enterrou ambos corpo e cabeça na terra fofa embaixo do limoeiro.
“Agora ele está esquecido e se foi!”, pensou o irmão perverso, “Ele jamais voltará! Ele deveria ter ido em uma longa jornada através de montanhas e mares. Qualquer um poderia perder facilmente sua vida e ele perdeu a sua. Ele não pode voltar, e minha irmã não ousaria  pedir notícias dele para mim.”
Então, usando os pés, ele arrastou as folhas secas sobre a terra solta e, na noite sombria, voltou para casa. Mas ele não fora sozinho como pensara, o pequeno elfo o acompanhava. O elfo sentou em uma folha seca e enrolada do limoeiro que caíra no cabelo do homem perverso enquanto ele cavava a cova. Ele colocara o chapéu sobre a folha. Dentro do chapéu estava muito escuro e o elfo tremia de medo e raiva quanto à maldade que vira.
O homem mau chegou em casa a hora da manhã; ele tirou seu chapéu e entrou no quarto da irmã. Lá descansava a jovem garota, sonhando com aquele que amava de coração, o qual ela acreditava estar indo através de montanhas e florestas. O irmão perverso curvou-se sobre ela e riu de forma medonha, como somente um ser maligno poderia rir. A folha seca caiu de seu cabelo e pousou na colcha, mas ele não notou e foi dormir. Mas o elfo deslizou para fora da folha seca, pôs-se ao lado da orelha da jovem que dormia e contou, como se fosse parte de um sonho, a história horrível do assassinato; ele descreveu o lugar onde seu irmão matara seu amante e enterrara seu corpo; também falou do limoeiro em flor que ficava perto e disse “Para que você não pense que o que eu lhe contei seja apenas um sonho, você encontrará na sua cama uma folha seca.”
E ela encontrou a folha quando acordou. Oh, que lágrimas amargas ela chorou! E ela não podia confessar a ninguém seu pesar. A janela permanecera aberta durante todo o dia: o pequeno elfo poderia facilmente sair para ir até as rosas e todas as outras flores no jardim, mas ele não podia encontrar em seu coração o desejo de abandonar a donzela atormentada. Havia na janela uma planta, uma roseira: ele sentou em uma das flores e olhou pela pobre menina. Seu irmão vinha de vez em quando ao quarto e, apesar do seu feito maligno, ele parecia sempre alegre, mas ela não ousava falar uma palavra do pesar que havia em seu coração.
Assim que chegou a noite ela escapou de casa, foi ao bosque, ao lugar onde crescia o limoeiro, removeu as folhas do chão, remexeu a terra e imediatamente achou aquele que fora assassinado. Oh, como ela chorou e rezou para que ela também pudesse morrer!
Ela teria levado o corpo para casa com prazer, mas isso ela não podia fazer. Então ela tomou da pálida cabeça com seus olhos fechados, beijou a boca fria e sacudiu a terra dos belos cabelos. “Ficarei com isso”, disse. E quando ela derrubou a terra em cima do corpo, levou para casa a cabeça e um ramo de jasmim que florira no bosque onde ele fora enterrado.
Assim que ela chegou em casa, buscou o maior vaso que conseguiu encontrar: neste ela colocou a cabeça do morto, espalhou terra por cima e então plantou o ramo de jasmim.
- Adeus, adeus... – Sussurrou o elfo: ele não podia mais suportar toda essa dor e, portanto, voou para sua rosa no jardim. Mas a rosa murchara, somente algumas pálidas pétalas sobravam no arbusto selvagem.
- Ai! Como tudo que é bom e belo se vai! – Suspirou o elfo.
Enfim ele encontrou outra rosa e esta se tornou sua casa; por trás de suas delicadas e cheirosas pétalas ele podia esconder-se e morar.

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E parte dois postada! Sério, beijar cabeças mortas é... Bizarro. Mas não é a primeira vez que eu vejo isso. Na próxima parte chegaremos ao fim do conto! E às flores assassinas.

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